Formato: 16 x 23
Páginas: 323
Cod. De Barra: 9788582360064
Peso: 0.620 kg
O texto aqui apresentado não segue as diretrizes tradicionais da literatura acerca do assunto.
Ao contrário, propõe nova compreensão no tocante a aspectos fundamentais, a exemplo da chamada lei dos semelhantes e dos contrários, da diluição, do significado da agravação e das leis de cura.
Se, por um lado, a medicina convencional apoia-se no efeito terapêutico mais evidente e repetitivo da substância, o que a leva a reunir diversos medicamentos para um só paciente, pelo outro, o método homeopático lida com os efeitos raros, sutis e peculiares e, esmiuçando as características de cada enfermo, seleciona apenas um único remédio, transmutando a intervenção num fenômeno preferentemente global no organismo.
A maior quantidade de variáveis – sejam efeitos terapêuticos da substância, sejam sintomas do doente – evolui para a qualidade, como demonstra a dialética.
Assim, pode-se traçar um paralelo contínuo entre a abordagem reducionista, predominante na metodologia científica quantitativa, e a sistêmica, prevalente na homeopatia, cada qual com vantagens e limitações próprias.
Porém, talvez a diferença essencial deste livro em relação aos textos clássicos da especialidade seja a primazia concedida ao paciente e não à substância medicinal, em que pese o seu inegável valor. É que o ser vivo representa um sistema muito mais vasto e complexo do que o recurso terapêutico.
Residem no indivíduo os principais fatores que engendram a enfermidade e, igualmente, possibilitam a cura.
A ciência hahnemaniana comete, nesse sentido, a incoerência de apregoar a doença como um processo endógeno, mas depois transfere todo o mérito da reintegração à higidez para o elemento medicamentoso, portanto, exógeno.
A análise pormenorizada da história de vida do paciente revela que a patologia estruturada em seu corpo guarda entranhada semelhança com as suas próprias características de temperamento.
Na verdade, os sintomas físicos e os traços psicológicos compõem uma entidade única, mesclando a fração concreta e a subjetiva num mesmo processo.
Também se pode aduzir que a forma particular do enfermo proceder em suas ações no mundo, costuma se repetir no modo como ele reage quando se submete a qualquer tipo de tratamento.